Guia prático: como construir um portfólio de projetos de arquitetura corporativa

Como montar um portfólio?

O primeiro passo é encontrar uma maneira de se destacar da concorrência – isto num mercado cada vez mais competitivo. Além disso, é importante que o portfólio exponha não só o potencial do profissional, mas também o seu estilo. Confira agora, passo a passo, como reunir os seus projetos de arquitetura corporativa numa boa apresentação.

Formato

Hoje, o portfólio digital é extremamente utilizado, pois representa uma opção avançada, de fácil compartilhamento e muito mais económica do que o formato impresso.

Aliás, para poupar ainda mais investimentos, existem diferentes plataformas que oferecem espaços gratuitos para a criação da apresentação. Outra vantagem do online é que reúne liberdade na construção de ideias e informações (disponibilidade de diversas bases e modelos para seguir), maior engajamento visual e a possibilidade de ser atualizada com mais frequência sem custos.

Layout

Embora tenha muitas ideias e queira contemplar o maior número de projetos na apresentação, seja modesto ao desenvolver o seu portfólio. Somar apenas inúmeros trabalhos, sem os pré-selecionar, pode representar um risco no qual não consiga expressar devidamente as suas capacidades.

Foque-se em contemplar as suas qualidades sem tornar o documento muito extenso e cansativo. Lembre-se de que este é usado para a divulgação de seus serviços e não apenas uma recordação de todos os que já executou.

Visual

A construção visual pode ser considerada até mesmo um fator eliminatório quando se trata de um processo seletivo para escritórios de arquitetura. Só isso já demonstra a sua importância, não é? O mesmo é válido, até inconscientemente, para os clientes. Isto porque portfólios com projetos incríveis podem ser desconsiderados se não forem atraentes visualmente. Aliás, uma dica é não apostar em páginas poluídas, estas tendem a encobrir o conteúdo.

Criar um portfólio pensando unicamente em torná-lo denso pode ser um erro, as escolhas de imagens e textos devem informar e passar uma boa sensação, inclusive para que a sua apresentação não aparente entediante. Tipografia, estruturas e proporção das páginas também devem ser analisadas com calma.

Identidade visual

Criar e saber transmitir a sua própria identidade visual garante que os seus futuros clientes o vejam com olhos profissionais. Para isso, nada mais certeiro do que desenvolver a sua própria marca, apostando em cores e fontes próprias para usar em todo o material.

Seja objetivo

Seguindo o pensamento acima, lembre-se da velha lógica do “menos é mais”. Objetividade na hora de inserir as informações é um tiro certeiro quando realizado corretamente. Embora as apresentações com este perfil peçam uma boa seleção de imagens, em momento algum encha o seu portfólio.

E não fique frustrado se o mudar muitas vezes ou passar por alguns processos antes de o finalizar, uma boa gestão entre o que o profissional contém e o que deseja passar ao público é essencial para conquistar a atenção e o interesse do cliente.

Outra dica é saber posicionar os seus diferenciais ou as atividades que mais domina na carreira já no início. Afinal, sabemos que a primeira impressão é a que fica. Tenha sempre uma proposta de valor muito clara em relação às suas expertises, pois é o que vai influenciar o possível consumidor de seus serviços.

Informações pessoais

Procure exibir todas as suas competências, reunindo exemplos de design de interiores, design gráfico, paisagismo, plantas tradicionais, trabalhos em 3D, áreas internas e externas, fachadas comerciais e residências.

As pessoas procuram um arquiteto multidisciplinar que consiga atender todas as suas vontades – do closet à piscina. Além disso, informações pessoais são essenciais para passar mais credibilidade, como a sua trajetória profissional, académica e os seus interesses na área.

Objetivo do portfólio

A arquitetura é uma área ampla, com diferentes segmentos para atuar, e cada uma delas pede um estilo e linguagem de apresentação. Definir o objetivo do seu portfólio é necessário para alcançar o público correto.

Conteúdos técnicos sobre cada projeto também requerem cuidado, procure contemplar aquilo que considerar necessário para o seu cliente entender todo o processo do projeto, mas não seja demasiado técnico, pois isso pode complicar o raciocínio de alguém fora da área.

Valorize os projetos de acordo com cada cliente

Um detalhe essencial é “casar” os projetos apresentados com os objetivos do cliente – essa é uma das principais dicas para um bom portfólio. Além de estruturar o documento, é ideal ter a consciência de quais as competências que devem ser valorizadas em cada proposta.

Em suma, isto significa que alguns trabalhos podem chamar a atenção em alguns casos e não brilhar os olhos em outros. Dar destaque ao que já procuram é um truque para conquistar o novo trabalho, mas jamais isso significará perder sua autenticidade e criatividade. O segredo é unir ideias inovadoras com um recorte mais certeiro.

Organização de projetos de arquitetura

Os projetos contemplados no portfólio provavelmente trarão categorias diferentes e, para que não pareça desleixado ou produzido s pressa, estes devem conter uma ordem e respetivas divisões.

Pode ser por expertises, similaridades, média de grandiosidade ou até mesmo ordem cronológica. O importante é que este formato esteja claro para que o cliente não se perca entre os exemplos. Dessa forma também, os interesses de quem visualiza o seu portfólio serão melhor direcionados, facilitando a escolha.

Projetos académicos

Como adiantámos no início do guia, para arquitetos recém-formados, o portfólio deverá contar com alguns projetos académicos para complementar exemplos e traduzir o estilo e expertises do profissional.

Por isso, tente inserir projetos e informações da época de estudos, especialmente o trabalho de conclusão de curso e, se possível, alguns feedbacks positivos da avaliação.

Inclua índices

Dependendo da experiência do arquiteto, o portfólio pode tornar-se mais extenso e, para garantir um bom nível de qualidade e praticidade, o mais aconselhável é usar índices para guiar os conteúdos que serão apresentados.

Em geral, as divisões devem conter “qualidades profissionais”, “formações académicas” e separações de projetos de acordo com os seus objetivos ou processos, como:

1. Obras residenciais;
2. Obras corporativas;
3. Áreas internas;
4. Áreas externas;
5. Obras específicas, como hospitalares ou grandes fachadas, por exemplo.

Desenhos técnicos

Lembre-se de que não é necessário explicar tudo minuciosamente com a planta de todos os pavimentos e dezenas de cortes. O conceito e a ideia geral do projeto são os mais importantes para mostrar as suas habilidades.

Apenas algumas plantas já cumprem o objetivo de conseguir traduzir para o cliente todo o processo, mas não é preciso incluir sempre todos os detalhes – até porque tornaria a apresentação cansativa.

Formato de exportação do arquivo

Um dos melhores formatos para apresentar o seu portfólio ou enviá-lo é sempre exportando-o em PDF. Sites e plataformas de programação visual são muito bem-vindos no momento de construi o seu documento, mas nunca na hora de os partilhar com o cliente. Nada substitui o bom e velho PDF. Outra vantagem desse formato é que pode ser enviado por diversos meios, desde o e-mail até ao WhatsApp.

Trajetória do arquiteto

Em conversa com o cliente ou até mesmo durante o processo de seleção de um escritório de arquitetura, mostrar a evolução profissional com alguns desafios realizados ao longo do caminho é bom para mostrar o seu poder de resolução de problemas.

Carta de apresentação e recomendação

Cartas de apresentação e recomendação transmitem confiança e credibilidade. Em geral, esta deve ser breve e atraente – nada de grandes discursos. As melhores cartas de apresentação são honestas e levemente formais.

Já os modelos de recomendação devem ser inseridos em formato de feedbacks mais descontraídos no final da apresentação. Também não há necessidade de longos comentários, apenas reações positivas de clientes anteriores que indiquem os seus serviços.

Conte uma boa história

Não importa a profissão, uma história bem contada ganha qualquer cliente. Para isso, a melhor forma de construir um portfólio de arquitetura é estruturando-o de modo a que mostre as evoluções e diferenças do profissional conforme cada projeto, com início, meio e fim.

A ideia de início e finalização é válida também para cada projeto. Lembre-se de contemplar o processo explicando o objetivo do serviço, como foi executado e o resultado.

Mantenha o seu portfólio atualizado

Novos potenciais clientes podem aparecer a qualquer momento e, para causar uma boa impressão, o arquiteto precisa de estar pronto para vender os seus serviços, isso inclui um portfólio atualizado.

Ou seja, se o profissional aperfeiçoou o seu trabalho e conquistou novas realizações, a apresentação também precisará de uma renovação para o acompanhar. Esta atualização também permite que se destaque no mercado de forma a garantir um retorno rápido e bem estruturado logo no primeiro contato.

Projetos em propriedades de celebridades

Caso o arquiteto conte com projetos e trabalhos para pessoas reconhecidas nos media, vale a pena solicitar a autorização para incorporar os mesmos no seu portfólio. Em geral, tais resultados agregam valor e transmitem maior confiança. Também será válido, neste cenário, incorporá-los no início da apresentação para garantir um destaque imediato.

Divulgação online do portfólio de arquitetura

Perceba como fazer uma boa divulgação online do seu portfólio! Afinal, quem não é visto, não é lembrado. Por isso, a divulgação é tão importante quanto a criação de uma boa apresentação.

Aliás, além de partilhar a apresentação em grupos específicos do segmento e em plataformas focadas no âmbito profissional, como a rede social Linkedin, também é válido participar em eventos físicos e ocasiões para network.

No digital é importantíssimo inserir palavras-chaves para que o possível cliente se depare com o seu perfil facilmente. Ou seja, aposte em termos geralmente pesquisados para compor os seus textos, como: arquitetura corporativa, inovações para residências e mais detalhes cabíveis. Outra dica é a criação de um perfil profissional no trabalho para a inserção de todas as execuções, como o “antes e depois”.

Inspirações de portfólio

Para finalizar, se estiver com problemas para iniciar o seu portfólio, confira as inspirações criadas por outros profissionais.

Dê uma vista de olhos em como alguns dos arquitetos mais desejados do Brasil nos últimos anos apresentam as suas trajetórias em plataformas online e redes sociais:

• Felipe Diniz;
• Sarkis Semerdjian;
• Fernando Forte;
• Beto Figueiredo;
• Isay Weinfeld;
• Fernanda Marques;
• Renata Coppola;
• Márcio Kogan;
• Sig Bergamin.